A Federação Equestre Internacional (FEI) se viu envolvida em uma polêmica durante as Olimpíadas de Paris 2024, após a descoberta de cavalos com a língua azulada em competições de adestramento. A coloração anormal, causada pela falta de oxigênio, levantou sérias preocupações sobre o bem-estar animal e as práticas utilizadas no esporte.
O problema veio à tona após um fotógrafo da FEI registrar imagens de cavalos com a língua azulada durante o Grand Prix de adestramento. A análise das fotos indicou que a causa provável seria a alta tensão nas rédeas, agravada pelo uso de freios duplos, obrigatórios em competições de alto nível.
A descoberta gerou críticas de grupos de defesa dos direitos dos animais, como a PETA, que há tempos condenam o uso de freios duplos por considerá-los cruéis e prejudiciais aos cavalos. A FEI, por sua vez, não tomou medidas disciplinares imediatas, mas notificou o júri da competição, que convocou os cavaleiros envolvidos para uma discussão sobre o assunto.
O incidente reacendeu o debate sobre o uso de equipamentos e técnicas que podem causar dor e desconforto aos cavalos em competições de hipismo. A FEI se comprometeu a investigar o ocorrido e analisar as fotos de outros eventos para verificar se há mais casos de maus-tratos.
A situação também colocou em evidência a necessidade de maior rigor na fiscalização e aplicação de regras que garantam o bem-estar dos animais em competições esportivas. Afinal, o esporte deve ser uma celebração da habilidade e parceria entre humanos e animais, e não uma fonte de sofrimento para estes últimos.
As Olimpíadas de Paris 2024, que deveriam ser um momento de glória para o hipismo, acabaram marcadas por um episódio que expõe as fragilidades do esporte em relação ao bem-estar animal. A FEI tem a oportunidade de usar este incidente como um ponto de virada para promover mudanças significativas e garantir que os cavalos sejam tratados com o respeito e cuidado que merecem.