Durante uma visita ao Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou a necessidade de transparência nos resultados da eleição presidencial na Venezuela. Em um discurso ao lado do presidente chileno, Gabriel Boric, em Santiago, Lula sublinhou a importância do respeito pela tolerância e pela soberania popular, destacando que isso é fundamental para defender a clareza nos resultados eleitorais. Ele também enfatizou o compromisso com a paz, pedindo que todas as partes envolvidas no conflito político venezuelano se engajem em um diálogo construtivo para promover o entendimento entre governo e oposição.
Na semana anterior, em sua primeira declaração após a eleição venezuelana, Lula sugeriu que a controvérsia poderia ser resolvida com a divulgação das atas das mesas eleitorais pelo Estado venezuelano. A oposição venezuelana questiona o resultado oficial, que declara a vitória do atual presidente Nicolás Maduro, e exige a publicação das atas das urnas como prova de uma possível fraude eleitoral. Segundo a oposição, seu candidato, Edmundo González, teria recebido cerca de 70% dos votos válidos, enquanto o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor com 51,2% dos votos válidos contra 44,2% de González.
Lula afirmou que retornou à presidência com a intenção de revitalizar a consciência política entre os países da América do Sul. Ele enfatizou que os países da região não podem continuar isolados uns dos outros e que é crucial explorar e estudar as oportunidades de cooperação baseadas em suas similaridades. Além disso, Lula expressou o desejo de construir uma "relação plena" com o Chile, superando pequenas divergências em prol de acordos importantes e projetos maiores.
Reconhecendo as diferenças culturais, interesses e nuances políticas de cada país, Lula argumentou que não se pode esperar que todos pensem da mesma maneira. Ele reiterou a importância de respeitar essas diferenças enquanto se trabalha em conjunto para o bem comum da região.